Em contagem decrescente para o electrizante Porto x Benfica, é tempo de recordar um dos clássicos mais apaixonantes que o Estádio do Dragão recebeu.

Foi há precisamente 10 anos que dragões e águias entraram nas 4 linhas para disputarem a jornada 8 da Liga lusa, numa fase em que o Porto dominava o desporto rei em Portugal. Na equipa benfiquista, um tal de Luisão era já o patrão da defesa encarnada e o Porto contava, por exemplo com o Harry Potter da invicta, Ricardo Quaresma. A partida registou uma chuva de golos e provou que o futebol é jogado e vivido junto à relva e não atrás de ecrãs a teclar especulações.

Os dragões entraram com intensidade e inauguraram o marcador ao minuto 11, por intermédio do mortífero argentino, Lisandro López. A velocidade fulminante dos azuis atordoou as águias, e foi ao minuto 21 que Quaresma tirou o 2-0 da cartola, e tudo parecia resolvido ao intervalo. Todavia, a imprevisibilidade de um clássico é mais forte que qualquer prognóstico e a meia hora do fim emergiu a alma benfiquista.

O campeão europeu pela Grécia, Katsouranis abanou o Dragão ao reduzir para 2-1. As águias galvanizaram-se e chegaram justamente ao empate a 9 minutos dos 90. E quem foi o autor? Um craque dentro da área, de seu nome Nuno Gomes. A emoção invadiu o Dragão e os nervos estavam, à imagem do resultado, empatado. No último suspiro, o Porto aproveitou para dar um golpe ao rival e foi já nos descontos que o improvável Bruno Moraes fixou a vitória portista em 3-2.

O clássico da próxima-sexta feira está em volto em polémica e rivalidade, mas o que realmente importa é festejar os golos de Lisandro e Nuno Gomes ou os tentos de Aboubakar e Jonas, porque podem passar os tempos e os intervenientes, mas o futebol é, e continuará a ser, emoção, tática, fintas, passes, e golos.