Aos 21 anos, André Silva confirmou esta temporada que é já uma certeza e não apenas uma promessa. Nos primeiros meses da época atingiu números soberbos, e apesar da juventude assumiu a por vezes ingrata tarefa de ser a principal, e em alguns jogos única, seta apontada aos oponentes. Em Janeiro, Soares chegou ao Dragão e compôs desde logo uma dupla demolidora com André Silva. Nesta fase o Porto ganhou terreno na luta pelo 1º lugar, mas a partir do Clássico diante o Benfica, Nuno Espírito Santo deixou o jovem dianteiro a aquecer o banco, apostanto em Soares na frente e num miolo reforçado. A verdade é que desde então que os azuis e brancos perderam o comboio do título e diminuíram drasticamente o número de golos marcados. O talento de André Silva é evidente e a cobiça de mercado está prestes a inundar o Dragão de propostas.

André Silva: um diamante que Nuno escondeu

No planeamento da época 2016/2017 o técnico portista contava com dois avançados de raiz no plantel, André Silva e Depoitre. Rapidamente se percebeu que o belga não tinha qualquer chance sequer de fazer sombra ao jovem irreverente português. A primeira metade da temporada foi de luxo para André Silva, com o dianteiro a disputar o posto de melhor marcador da Liga com Bas Dost. Em Janeiro o Porto adquiriu Soares, dando início a uma fase demolidora de golos do brasileiro a jogar ao lado de André Silva. O jovem dragão perdeu algum instinto goleador, mas ofereceu uma variância táctica incrível.

Recordando, por exemplo, o jogo diante o Sporting, foi incrível a forma inteligente com que André Silva preencheu o espaço de segundo avançado, deixando Soares solto para bisar diante os leões. Os 7-0 ao Nacional estão também bem vivos na memória azul e branca, muito graças à envolvência da dupla portista. O 4-4-2 crescia em qualidade técnica e táctica jogo após jogo, até que, no Clássico diante o Benfica, o treinador invicto resolveu desfazer a dupla que estava a ganhar automatismos incríveis no ataque às defesas contrárias.

O 1-1 frente às águias na Luz deu assim início ao apagão de André Silva e, curiosamente e consequentemente, ao apagão do Porto na luta pela conquista do Campeonato. Os dragões atravessaram uma série negra de empates em que foi notória a carência da inteligência técnica e táctica de André Silva para pressionar, fintar, arrastar marcações e converter os golos que hoje poderiam ter resultado na conquista da Liga NOS. Na vitória diante o Paços o jovem voltou aos golos e é o melhor goleador luso da prova, com 16 tentos apontados.