O percurso de Figo no futebol começou no União Futebol Clube “Os Pastilhas”, um clube de um bairro de Cova da Piedade. Ainda com tenra idade transferiu-se para o Sporting CP, onde completou a fase mais importante da sua formação e se estreou pela equipa principal, em 1989, onde apenas jogou 3 jogos. Jogou até 1995 no Sporting e aí transferiu-se para o Barcelona. Jogou na Catalunha durante 5 temporadas, onde capitaneou os blaugrana e marcou 45 golos em 249 jogos.
O passo seguinte foi o mais ousado de todos: na temporada de 2000/01, transferiu-se do FC Barcelona para o Real Madrid por uma verba recorde na altura, e passou a ser o jogador “mais odiado” do mundo. Nos 239 jogos que fez pelos blancos marcou 57 golos. No verão de 2005 transferiu-se para o Inter de Milão, onde a sua experiência foi importantíssima para a supremacia do clube da capital italiana até à época de 2008/2009, na qual Luís Figo anunciou a sua retirada logo após ganhar a Serie A ao lado de José Mourinho.
Pela seleção nacional, o número 7 marcou presença em 127 jogos e marcou 32 golos com as quinas ao peito. Fora de campo, o português é embaixador da UNICEF e já se candidatou à presidência da FIFA.
Agora vamos recordar os momentos mais marcantes da carreira de Luís Figo, desde as polémicas até aos títulos.
O primeiro grande título
Luís Figo ganhou o seu primeiro grande troféu com 20 anos, em 1991, no Campeonato do Mundo de Sub-20, em Lisboa. Esta equipa de grande qualidade contava com jogadores como Rui Costa, João Pinto, Rui Bento, Jorge Costa, Peixe, Capucho e Abel Xavier, e foi apelidada de “Geração de Ouro”. A Seleção Nacional portuguesa tinha o futuro garantido com todos estes jovens talentos a desenvolverem-se ao mais alto nível.
Da Catalunha para Madrid
No Verão de 2000 acontecia uma transferência que abalava todo o mundo do futebol: Luís Figo mudava-se do FC Barcelona para o Real Madrid a troco de cerca de 60 milhões de euros.
O português explicou a transferência numa frase: “Sempre dei o melhor em cada clube e quando sentes que transmites algo e não te reconhecem…”. Figo sentia que não era reconhecido nos blaugrana. Era visto como um dos melhores jogadores do mundo, era o favorito dos culé, mas o que o abalava era quem geria o clube: “Como em todas as áreas e profissões, se não te sentes a 100 por cento reconhecido pela tua entrega e pelo que fazes - e não digo isto de parte da gente [adeptos] e sim de quem dirige um clube e gere -, se tens outras ofertas pensas em trocar. Foi o que aconteceu”, explicou o português numa entrevista ao jornal Jogo, em 2009.
Figo nunca escondeu que estava à procura de melhores condições económicas, sabia que a ida para o Real Madrid, juntar-se aos Galáticos Raúl, Ronaldo, Zidane, entre outros, o iria colocar numa posição mais favorável para ganhar mais títulos e com isso ganhar mais prestígio. E foi isso que aconteceu: no seu primeiro ano pelo Real Madrid ganhou a Bola de Ouro, à frente de Zidane.
Bola de Ouro
O ano de 2000, o ano de Figo. Luís Figo realizou uma série inesgotável de magníficas exibições nos 62 encontros que disputou: 27 ao serviço do FC Barcelona (sete golos), 22 pelo Real Madrid (seis golos) e 13 pela seleção nacional (seis golos).
Um drible estonteante, que lhe permitiu vencer a maioria dos duelos individuais, uma invulgar facilidade em oferecer golos e uma natural capacidade de liderança, assumindo sempre a responsabilidade quando os companheiros não estavam bem, terão sido decisivos para a eleição.
A falta de títulos não foi um fator para a escolha, pois Figo não ganhou nada em termos coletivos em 2000: segundo na Liga espanhola, semi-finalista do Campeonato da Europa, Liga dos Campeões e Taça do Rei e, já ao serviço do Real Madrid, derrotado na Supertaça Europeia e na Taça Intercontinental. Isto mostra mais ainda a forma do português neste ano.
O dia mais triste da carreira
A “Geração de Ouro” estava a começar a ver os seus jogadores a decaírem e a Seleção ainda não tinha ganho qualquer troféu, algo que se esperava com estes jogadores. Em 2004, o Europeu em Portugal era visto como a última oportunidade para que isso acontecesse.
Um país inteiro atrás de uma equipa, vivia-se o futebol como nunca se tinha vivido em Portugal. Não começou bem e acabou da mesma forma. A seleção portuguesa, liderada pelo capitão Luís Figo, perdeu o primeiro jogo do torneio com a Grécia, mas a partir daí mostrou ser a equipa mais forte e chegou à grande final ‘sem espinhas’.
Na Final, a equipa portuguesa foi surpreendida pela seleção grega, que acabou por vencer 1-0 e retirar o sonho a todos os portugueses.
O capitão da seleção afirma que a equipa “não chegou em força à final devido ao desgaste acumulado.” Em entrevista ao jornal Jogo, em 2009, Figo recordou: “Perder a final do europeu em casa foi o dia mais triste da minha carreira”.
Os Títulos
Recorde os títulos de Luís Figo ao longo da sua carreira:
Títulos por Clubes:
1 Taça de Portugal (1994/1995) pelo Sporting.
1 Supertaça da UEFA (1997), 2 Campeonatos Espanhóis (1997/1998 e 1998/1999), 2 Copas do Rei (1996/1997 e 1997/1998) e 1 Supertaça da Espanha (1996) pelo Barcelona.
1 Mundial de Clubes (2002), 1 Liga dos Campeões da UEFA (2001/2002), 1 Supertaça da UEFA (2002), 2 Campeonatos Espanhóis (2000/2001 e 2002/2003) e 2 Supertaças da Espanha (2001 e 2003) pelo Real Madrid.
4 Campeonatos Italianos (2005/2006, 2006/2007, 2007/2008 e 2008/2009), 1 Taça de Itália (2005/2006) e 3 Supertaças da Itália (2005, 2006 e 2008) pelo Inter de Milão.
Título pela seleção:
1 Campeonato do Mundo Sub-20 da FIFA (1991) por Portugal.
Campanhas de destaque: 2º lugar no Europeu (2004), 4º lugar no Campeonato do Mundo (2006).
Prémios Individuais:
Melhor Jogador do Campeonato Europeu Sub-21: 1994
Bola de Ouro de Portugal: 1994
Jogador Português do Ano: 1995, 1996, 1997, 1998, 1999 e 2000
Jogador do Ano pela revista World Soccer: 2000
Ballon d´Or – revista France Football: 2000
Melhor Jogador do Mundo pela FIFA: 2001
Eleito para a Equipa do Ano da UEFA: 2003
FIFA 100: 2004
Eleito para o All-Star Team do Campeonato do Mundo da FIFA: 2006