Aquando da sua chegada ao FC Porto, proveniente do Vitória de Guimarães, André André encontrou Julen Lopetegui. O espanhol desenhava o dragão num 4x3x3, onde um dos médios tinha como função o apoio directo ao ponta-de-lança.
Para essa tarefa, Lopetegui elegeu André André, tendo o vilacondense sido um dos mais utilizados na posição e, diga-se de passagem, com melhores resultados. Com efeito, nos 37 jogos realizados na temporada passada, André André somou seis golos.


Quando Nuno Espírito Santo chegou aos azuis-e-brancos, seria de esperar profundas alterações a nível táctico. Contudo, o início de época viu um FC Porto com um sistema idêntico ao utilizado em 2015/2016. A grande diferença é que, com o novo treinador, foi Octávio quem primeiro assumiu as funções de médio mais ofensivo, deixando para André André o trabalho de ligação entre sectores.


Todavia, o avançar das jornadas, e a pouca produtividade demonstrada, obrigaram a uma mudança de sistema. Tal mudança teve o seu decisivo momento no mercado de Janeiro com a vinda do ponta-de-lança Soares. Agora, Nuno Espírito Santo apostava numa dupla de avançados, retirando assim um elemento do meio-campo.


Apesar disso, André André segurou o seu lugar, formando dupla com Danilo no miolo. Com a presença de dois avançados, já não se pedia ao internacional português que se aventurasse por terrenos mais subidos. Assim, André André apresenta hoje uma função de contenção e pressão defensiva, assim como de ligação e transição ofensiva.


O médio pode assim por a bom uso toda a sua velocidade e capacidade técnica, assim como o espírito de luta tão necessário na feroz batalha do meio-campo. Olhando para os números, podemos ter uma melhor ideia do novo papel do 20 azul-e-branco. Assim, e já com 25 partidas esta época, o médio, ao contrário do ano passado, ainda não tem golos marcados. Não se trata de um sinal de ineficácia, mas sim da menor frequência com que habita as zonas de finalização.


Apesar de manter toda a sua técnica e criatividade, André André é hoje um jogador mais operário; "sujando as mãos" na luta a meio-campo, garantindo o equilíbrio da sua equipa. Um jogador diferente e que já tem um papel muito importante na equipa desenhada por Nuno Espírito Santo.