Já é a nona vez, mas para Vítor Oliveira parece que é a primeira; o técnico chegou ao Desportivo de Chaves para fazer o clube regressar à primeira divisão, objectivo cumprido. O treinador confessa-se muito feliz por mais um sucesso.

«É motivo de grande alegria e satisfação para mim, a minha família e os meus amigos, que sofrem comigo, e para este grupo de trabalho. Mas o grande obreiro desta subida é o presidente Bruno Carvalho. Deu todas as condições, é uma pessoa fantástica. Era um sonho dele e merece, está de parabéns. Num Campeonato longo, com vários momentos decisivos, foi importante não perdermos duas vezes seguidas.».

Foto: abola.pt

Dos dezoito clubes diferentes que treinou, orientou centenas de jogadores e destaca o melhor.

«Indiscutivelmente o Drulovic. Foi meu jogador no Gil Vicente e era absolutamente fantástico. Apareceu do nada em Barcelos, à experiência, contratámos-o e passado ano e meio estava a jogar no FC Porto, onde foi uma figura importantíssima durante anos e depois foi para o Benfica.»

Vítor Oliveira acha que os técnicos são pouco reconhecidos, embora ache que os jogadores neste ponto sejam beneficiados.

«Enquanto treinadores não somos verdadeiramente reconhecidos. O papel de treinador tem-se vindo a esgotar. Para os jogadores penso que é mais fácil pela entrada dos empresários. Praticamente todos os jogadores têm empresários, que mexem com o futebol e com os clubes e conseguem enquadrar os seus jogadores em qualquer equipa.».

Foto: maisfutebol.iol.pt
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Curioso é, também, que Vítor Oliveira leva as equipas até ao escalão máximo do futebol português, mas deixa-as sempre após esse feito.

«É uma situação perfeitamente normal. Entendo que para se fazer bom trabalho tem de haver sintonia entre todos. Já não tenho ilusões de chegar a um grande clube. Aceito convites de clubes que tenham credibilidade. Seja de primeira ou de segunda. Na II Liga terá sempre de ser um projeto de subida, na primeira um sólido. Às vezes é melhor estar na segunda a jogar para subir, do que estar na primeira a perder e a desgastar-se. Não ando à procura de uma equipa grande. Gosto de futebol e de treinar, independentemente de ser na primeira ou na segunda. Para mim, há um aspeto que é muito importante: gosto muito de ganhar. A possibilidade de ganhar numa equipa da Liga de Honra, que tenha acesso à Liga, é muito maior do que numa equipa que vai lutar pela permanência. Ganhar. Isso é o mais importante. Se me chamarem para uma equipa da Liga em que tenha essas possibilidades muitas vezes é aliciante. Se não tiver, se for para lutar única e exclusivamente pela manutenção, então prefiro ir para um escalão inferior e subir.».

Apesar de ter tanto sucesso em promover equipas ao escalão máximo do nosso futebol, o técnico não acha que haja um segredo para as consecutivas subidas.

«Não tenho segredo. O segredo das boas equipas depende do trabalho que é desenvolvido pelas equipas técnicas. E, como fator determinante, da qualidade dos jogadores. Quem tem bons jogadores tem uma maior possibilidade de fazer equipas boas e com boas equipas o sucesso fica mais próximo.»

Vítor Oliveira já anunciou que não vai continuar no Desportivo de Chaves. Resta saber qual será o próximo desafio do treinador português.