No início da temporada oficial as laterais da defesa do Sporting pareciam já ter dono; com efeito, João Pereira e Jefferson mostravam-se como titulares indiscutíveis. Como alternativas, Jorge Jesus tinha os jovens Ricardo Esgaio e Jonathan Silva, e se o técnico leonino até utilizou o português em algumas ocasiões, Jonathan não teve tanta sorte, tendo jogado pontualmente.

Com a reabertura do mercado de Inverno, Jesus procurou alternativas para os corredores defensivos; com o empréstimo de Jonathan ao Boca Juniors, a vaga na esquerda foi preenchida por Marvin Zeegelaar. O holandês começou a época no Rio Ave e impressionou no arranque de época, jogando enquanto extremo e não lateral.

O holandês conta já com oito jogos de leão ao peito, todos eles enquanto titular, somando 709 minutos em 720 possíveis. No que a golos diz respeito, a posição mais recuada no terreno não permite a Marvin dispor de grandes oportunidades; com efeito, o lateral conta com apenas um golo marcado pelo Sporting, na Taça da Liga, diante do Arouca.

Tal como Jefferson, o jovem holandês apresenta grande pendor ofensivo, dispondo de grande velocidade, técnica e capacidade de explosão; a vertente física acaba por ser aquela onde Zeegelaar se diferencia mais de Jefferson, tendo o primeiro maior facilidade no jogo aéreo.

Para o lado direito veio Ezequiel Schelotto. Depois de rescindir contrato com o Inter de Milão, o italo-argentino assinou pelos leões em Janeiro. À semelhança de Zeegelaar, também Schelotto apresenta polivalência no corredor, podendo jogar mais avançado no terreno. Todavia, foi para lateral direito que Jorge Jesus o contratou, e o ex-Inter tem vindo, pouco a pouco, a adaptar-se ao estilo de jogo dos leões. Schelotto conta já com nove jogos no Sporting, tendo jogado 565 minutos em 810 possíveis.

Schelotto é conhecido pela sua passada larga, gostando de progredir com a bola em velocidade pelo corredor, sendo nesse aspecto semelhante a João Pereira; para além disso, o italo-argentino tem também a fama de ter um feitio muito próprio e um temperamento muito particular, que por vezes o pode levar a tomar decisões precepitadas.

Tal como acontece no corredor esquerdo, no caso do flanco oposto a grande diferença entre Schelotto e João Pereira passa pela vertente física, e pela maior capacidade do primeiro em ganhar lances nas alturas, característica determinante num lateral.

De referir ainda que, no último jogo do Sporting diante do Arouca, Jorge Jesus utilizou Bruno César como defesa direito; o brasileiro acabou por cumprir a sua missão, mostrando voluntarismo e capacidade de antecipação. Falta saber se a lateral esquerda ganhou mais um concorrente, ou se foi apenas solução de recurso.

Seja como for, a verdade é que, ao que tudo indica, o Sporting parece ter, qualititivamente falando, equilibrado os seus corredores laterais. Marvin Zeegellar e Ezequiel Schelotto têm mostrado ser opções válidas para o onze leonino. Passarão eles de alternativas a titulares?