A vitória forasteira da segunda mão dos oitavos-de-final da UEFA Liga dos Campeões veio provar, indubitavelmente, que o novo Benfica 2015/2016 pouco tem a ver com o velho Benfica do reinado de Jorge Jesus - quem diria que, num jogo de crucial importância, na fria São Petersburgo (onde Jesus nunca ganhara), os encarnados iriam impôr a sua lei, batendo a formação de Villas-Boas (carrasco de Jesus) com uma defesa remendada (Samaris adaptado) e construída por jovens estreantes (como Ederson) e novatos nas andanças dos milhões (SemedoLindelof e Renato Sanches)?

De facto, a juventude e a aposta na 'prata da academia' são um novo padrão de actuação do renovado Benfica, e, sem mácula, o contingente de benjamins que as Águias têm estreado não defraudou as expectativas. Perante um Zenit munido de ameaças como Hulk, Dzyuba, Danny ou Witsel, o Benfica atingiu os quartos-de-final da prestigiante prova, um feito que Rui Vitória obteve logo no seu primeiro ano, um feito que, em cinco tentativas, Jesus apenas logrou completar por uma vez apenas. E, para compor ainda mais o ramalhete, fê-lo com laivos de brilhantismo.

Isto porque no onze da semana da UEFA Liga dos Campeões o Benfica viu serem seleccionados três dos seus jogadores: EdersonAndreas Samaris, e Renato Sanches. Esta escolha prova a acertada aposta na juventude da academia e ainda premeia as soluções de recurso orquestradas pelo técnico Rui Vitória - no primeiro jogo a central, o grego Samaris distinguiu-se nas tarefas defensivas e entrou para o onze da ronda, enquanto o brasileiro Ederson viu a sua qualidade enaltecida logo após o jogo de estreia na prova. Também Renato, que apesar de vital na manobra impressiona pela maturidade precoce, entrou nas escolhas.