Na sequência do desaire portista diante o Braga na jornada 25 da Liga NOS, foco para o dragão André André, que em 2016 surge em campo como se fosse uma sombra do que foi na primeira metade da temporada. As trocas constantes de posição ou a mudança de treinador levantam a questão: onde está o médio lutador, veloz e goleador dos azuis e brancos ?

André André: do céu ao inferno em poucos meses 

Na noite de jogo grande no Estádio AXA, o SC Braga quebrou o FC Porto por 3-1 este Domingo, e os dragões podem ter dito adeus ao título. No meio campo, André André foi uma novidade no 11 de Peseiro, uma vez que ainda não conquistou totalmente o substituto de Lopetegui. Em campo, o médio luso surgiu encostado a uma das alas, fletindo em algumas fases para o centro do terreno. André André não aproveitou a oportunidade, causando a dúvida se realmente esteve ou não em jogo... A quebra de forma do ex-Guimarães coincidiu, curiosamente, com a queda exibicional do miolo portista, e nesta derrota frente ao Braga o centro campista foi inclusive o primeiro a ser substituído. Com Peseiro, o jogador não tem passado do conforto do banco e nesta chance frente aos minhotos esperava-se uma resposta bem mais positiva do atleta. O que se passa com o jogador que já foi o motor do Porto? 

Foto: Facebook do FC Porto
Foto: Facebook do FC Porto

Recuando ao inicio da época, resta analisar o rendimento de um jogador que conquistou a admiração dos adeptos da invicta. Com Imbula, Danilo, Rúben Neves, Herrera e Evandro no lote de médios para 2015/2016, o grande patrão do meio campo emergiu: André André surpreendeu Julen Lopetegui e, de Agosto a Dezembro, o Porto jogou à imagem de André André. Neste período, o jogador alinhou a 6, a pivot, a 10 e até a ala direito, cumprindo com eficácia o que lhe era solicitado. Nos dragões, André André era um médio box to box que aparecia em todo o lado, pressionando intensamente os oponentes, efectuando passes de ruptura letais para os dianteiros. Num mesmo jogo, André André desenvolveu também uma capacidade incrível de remate que é evidente na estatística. Até ao momento o lusitano já balanceou as redes adversárias por 3 vezes na Liga NOS, números e valências que tornavam o polivalente jogador imprescindível em todo o desenho tático. 

No entender da VAVEL Portugal, André André rende mais a jogar a pivot número 8, posição em que, por um lado, faz valer da sua raça e fulgor defensivo, mas onde pode também partir para o ataque tendo a capacidade de transportar o esférico com muita qualidade para a área adversária. As trocas constantes de posição com Lopetegui e a falta de aposta de Peseiro tornaram o rendimento de André André muitos furos abaixo do que chegou a desenvolver no futebol portista. O médio foi perdendo importância, e a partir de Janeiro a queda revelou-se galopante. Os 2 treinadores acabaram por não aproveitar o potencial do médio, residindo na polivalência do jogador o principal factor que justifica a sua quebra de rendimento. 

Foto: Facebook do FC Porto
Foto: Facebook do FC Porto

A seleção nacional parece agora uma miragem para André André, a não ser que regresse ao relvaldo do Dragão o mítico centro campista que abafou, por exemplo, o Benfica na primeira volta da Liga NOS. Neste jogo, o médio mostrou que tem um pulmão soberbo a equilibrar o meio campo, e no mesmo jogo surgiu também na frente onde acabou por decidir o clássico com o único golo da partida ao minuto 86. A qualidade é inegável, cabendo a Peseiro encontrar o equilíbrio entre o sistema tático que implementou com as características do polivalente André André.