Prenda no sapatinho à espera de reclamação: o Sporting embrulhou a oferenda, perdendo na Madeira e dando ao FC Porto a possibilidade de subir à liderança do campeonato. O Porto não enjeitou a atenção natalícia do Leão e, perante a Académica, não se fez rogado. A vitória por 3-1 traduziu com naturalidade a superioridade teórica dos Dragões frente a uma Académica que, apesar de aflita na tabela, não se coibiu de realizar um jogo pertinente, não se resumindo às tarefas defensivas.

Porto apressou-se a bater a Académica e a agradecer prenda do Leão

Já sabendo do desaire do Sporting perante o União da Madeira, o FC Porto contemplava a oportunidade de passar o Natal na liderança do campeonato, e desde cedo demarcou, no terreno, essa vontade inexpugnável: o primeiro avisou chegou aos 7 minutos, com Yacine Brahimi a colocar à prova a capacidade do «keeper» Pedro Trigueira - na sequência do lance, Danilo Pereira cabeceou para golo, aproveitando o canto marcado por Miguel Layún. Sem deslumbrar, o Porto controlou a primeira parte e minimizou uma Académica em busca da fórmula do contra-ataque.

Só aos 40 minutos a Académica conseguiu complicar a vida a Iker Casillas, através de uma investida de Pedro Nuno: o guarda-redes espanhol defendeu e segurou a vantagem portista, com a qual foi iniciado o intervalo. Na segunda parte, o Porto voltaria a replicar a boa entrada da parte inaugural, marcando aos 53 minutos, novamente mediante lance de bola parada. O mexicano Layún voltou a fazer uso da sua mestria na arte de criar golos, e o camaronês Vincent Aboubakar não desperdiçou, marcando o seu sexto golo no campeonato.

Filipe Gouveia tentou reanimar a equipa, lançando Rui Pedro e Hugo Seco (para os lugares de Pedro Nuno e Ivanildo) mas continuou a ser o Porto o dominador do encontro: Layún, cada vez mais essencial na manobra de Julen Lopetegui, voltou a estar em acção, obrigando, com um forte remate, Pedro Trigueira a uma defesa apertada. O treinador da Briosa voltou a mexer, lançando a última esperança, Rabiola (retirando Rafael Lopes aos 70 minutos), mas voltou a ser o Porto a festejar: Jesús Corona sentou Ofori e cruzou para a finalização deliciosa de Herrera, que, de calcanhar, fez o 3-0.

Conexão mexicana ajudou Lopetegui a saborear Natal num inédito primeiro lugar

A conexão mexicana mostrou a sua força, não só no jogo contra a Académica, mas também dentro do plantel de Lopetegui: Layún, cada vez mais activo e importante no onze, junta-se a um Corona endiabrado que é constante ameaça na área adversária e um Herrera que volta a despontar depois de um largo período de ausência. Ainda assim, o brio mexicano não impediu que Lopetegui ouvisse uma forte assobiadela no Dragão, por não lançar na partida o jovem luso André Silva (em detrimento de Alberto Bueno).

O tento de honra da Académica chegaria aos 84 minutos, por intermédio de Rui Pedro após passe preciso de Rabiola; o golo forasteiro premiou, de forma mínima, a réplica dada pela Académica no Dragão. A formação de Coimbra permanece na penúltima posição da tabela classificativa, enquanto o FC Porto ascende ao primeiro lugar, ficando com mais um ponto que o Sporting (36 pontos), quando faltam alguns dias para o duelo Sporting x Porto que abre o ano de 2016. Pela primeira vez, o Porto da era de Julen Lopetegui posiciona-se na liderança da Liga.