Naquele que será o terceiro encontro da História entre os lusos do Benfica e os turcos do Galatasaray, a equipa da Luz tem tudo a ganhar, caso saiba, perante o seu público, ganhar: com seis pontos, os encarnados recebem a formação turca e poderão rectificar o mau resultado obtido na Turk Telekom Arena, e com isso atingir os 9 pontos à passagem da quarta jornada, pontuação que colocará as águias a centímetros da meta do apuramento para os oitavos-de-final.

Voltar ao local da depressão para tentar sorrir outra vez

Mas para tal, o Benfica terá de festejar na Luz, algo que não aconteceu na última ocasião que a apelidada Catedral recebeu um duelo de fogo: na recepção ao rival Sporting, o Benfica sucumbiu à eficiência leonina e perdeu pela primeira vez na Luz (0-3) esta temporada, sofrendo mazelas que perdurarão no tempo. A goleada forasteira frente ao frágil Tondela terá sido somente uma pequena panaceia para uma dor de cabeça forte, que pode hoje ser mitigada com um triunfo europeu.

Em caso de triunfo caseiro, o Benfica ficará muito próximo de garantir o apuramento (deixará a equipa turca a cinco pontos de distância) e, ao mesmo tempo conseguirá um feito nunca antes realizado: bater o Galatasaray. Em 2008, o Benfica, orientado por Quique Flores, deparou-se com o clube da Turquia mas os golos de Asik Emre e Umit Karan derrotaram a formação encarnada (na fase de grupos da Taça UEFA). Na jornada passada da prova, a vitória voltou a sorrir ao clube treinado por Hamza Hamzaoglu.

Mais que o sucesso externo, Benfica busca convencer-se do seu valor

Para o Benfica, uma vitória esta noite não será importante apenas para traçar o seu destino na UEFA Liga dos Campeões. Será também essencial para que, nos oráculos do futebol, se possa antever vida para além da depressão interna que o clube vive neste período turbulento pós-Jorge Jesus. A temporada tem sido feita de muitos baixos e poucos altos, e Rui Vitória tem sofrido as dores de crescimento de uma etapa de sucessão que sempre se adivinharia complicada. O Benfica 2015/2016 ainda não convence os adeptos.

A destoar dos resultados negativos dos grandes jogos internos (contra Sporting e FC Porto) está, precisamente, o duelo vitorioso do Vicente Calderón, até agora, o bastião qualitativo mais notável do Benfica da era de Rui Vitória. Com golos de Gaitán e Gonçalo Guedes (e uma exibição milagrosa de Júlio César), os encarnados impressionaram os adeptos pela força combativa do colectivo, que sofreu a bom sofrer - mas tal exibição viria a revelar-se uma gota no mar de jogos de qualidade duvidosa. Hoje, o Benfica pode tentar reiniciar o processo de redenção.

Em causa estará também o segundo round de um combate que, em solo turco, começou a sorrir aos benfiquistas logo aos 2 minutos, mas que foi perdido ainda no decorrer da segunda parte - o golo belíssimo de Gaitán (leva 3 golos em 270 minutos nesta fase da UEFA Liga dos Campeões) rapidamente foi anulado por desatenções defensivas graves. Selçuk Inan empatou mediante grande penalidade, aos 19 minutos, e Lukas Podolski estabeleceu o 2-1 aos 33 minutos.

Onzes prováveis do Benfica x Galatasaray