O Benfica regressou ao mercado de transferências, e novamente para adensar as fileiras do ataque da Luz - depois da contratação do internacional grego Konstantinos Mitroglou, por empréstimo, as águias reforçaram-se na cidade de Madrid, garantindo o internacional mexicano Raúl Jiménez, de 24 anos. O Benfica apresentou hoje o ponta-de-lança, pelo qual investiu a gorda quantia de 9 milhões de euros por 50% do passe, detido pelo Atlético de Madrid - os restantes 50% pertencem ainda a Jorge Mendes.

Benfica fechou lote de avançados com Jiménez

Com Luis Filipe Vieira a seu lado, Jiménez foi apresentado publicamente, fechando o lote de avançados que atacarão a temporada 2015/2016. Os encarnados demoraram a atacar o mercado, deixando para os meandros de Agosto as contratações de Mitroglou e do mexicano, ex-jogador do América e do Atlético, e só a dois dias do arranque da Liga NOS definiram os actores ofensivos da turma de Rui Vitória. E a lacuna urgia em ser colmatada, ou não tivesse o grego saltado para o campo do Benfica x Sporting dias após ter chegado a Lisboa.

A necessidade de reforçar o sector ofensivo acentuou-se com a saída de Lima para terras árabes. O jogador brasileiro, além de conhercer na perfeição as exigências tácticas e físicas do 4-4-2 implementado por Jesus (e manuseado por Vitória na pré-temporada), também executava de modo impecável as movimentações que ofereciam maior profundidade e largura ao jogo encarnado, possibilitando maior amplitude de acções a Jonas, compatriota com quem orquestrava o ataque do Benfica.

Mitroglou e Jiménez mas nenhum avançado «à La Lima»

Esforçado, combativo, em constante movimento (abrindo brechas nas defesas contrárias) e sempre pronto a juntar-se à batalha defensiva do meio-campo, Lima deixou um vazio no onze do Benfica, obrigando até Rui Vitória a alterar o plano de voo inicial (4-4-2 ofensivo já implementado) para um 4-2-3-1, com Jonas mais isolado na frente de ataque. O resultado? Jonas como uma ilha, perdido no meio da defesa do Sporting, e Talisca, o médio ofensivo centro, igualmente perdido em campo.

Com Mitroglou e Jiménez disponíveis, como arrumará Rui Vitória o onze encarnado, tendo em conta que a presença de Jonas (goleador supremo do Benfica na temporada passada) será dado adquirido? Dois investimentos feitos em dois jogadores internacionais que guardam legítimas expectativas de serem titulares - qual dos dois ficará de fora das escolhas regulares de Vitória? De qualquer das formas, muito irá mudar no ataque da Luz, já que ambos os jogadores estão longe de possuirem as capacidades técnicas e tácticas para imitarem o papel de Lima.

Uma das hipóteses mais óbvias, caso Vitória mantenha o 4-4-2, será puxar Jonas para o papel de avançado móvel, antes atribuído a Lima (e depois a Jonathan Rodríguez, na pré-temporada) e dar a Mitroglou ou Jiménez o papel de «matador», com maior presença na área. Caso o treinador encarnado imponha o 4-2-3-1 que praticava em Guimarães, Jonas poderá recuar ainda mais no terreno (para o papel de 10). Muitas ideias, mas, para já, poucas certezas.