Perante casa cheia, o líder isolado do Campeonato voou até à Madeira para disputar a última partida da primeira volta, num terreno historicamente difícil para as águias. Numa partida bem disputada, mas de clara supremacia benfiquista, os pupilos de Jorge Jesus não hesitaram em conquistar os 3 pontos e regressar à vantagem de 6 pontos sobre o 2º classificado, Porto. Com o regresso do capitão, que completou o jogo número 440 de águia ao peito, o Benfica acabou por vencer por dilatados 0-4, com Salvio, Ola John e Lima a ganharem lugar no marcador e a contribuir para aquela que foi uma vitória de destaque para os visitantes, que tudo fez para bloquear o adversário.

1ª parte de pressão encarnada

O jogo começou bastante equilibrado onde, apesar da falta de oportunidades flagrantes, se verificava muita disputa e luta a meio-campo, numa partida que se demonstrava intensa. O Marítimo primava pela marcação e Alex Soares, Maazou e Xavier destacavam-se na cobertura das iniciativas encarnadas, o que se refletia num Benfica que, apesar de ter mais bola, encontrava algumas dificuldades em fazer a bola circular.

Numa situação que não se assemelhava tão fácil como desejável, os encarnados viram-se em problemas quando, aos 12 minutos, Nico Gaitán era derrubado e recebia assistência, forçando Jorge Jesus a fazer a primeira substituição aos 15 minutos, fazendo entrar Ola John. Contudo, a turma da Luz não teve sérias dificuldades em encontrar-se, começando a criar oportunidades e iniciando uma superiorização no jogo – aos 16 minutos Jonas, na marcação de um livre, assustou José Sá ao rematar em arco, para uma impecável defesa do guardião que impediu o primeiro golo. Este, contudo, não demorou muito a surgir – jogava-se o minuto 19 quando Ola John fez um passe de grande categoria para Salvio que na área, sob pressão de Bauer, recebeu e controlou a bola com excelência, finalizando depois sem qualquer problema, fazendo o seu sexto golo na Liga e o primeiro de 2015.

O Marítimo não tornou a reagir e, pouco depois, era Maazou que aparecia na ofensiva da equipa da casa, ainda que a rematar ao lado. Com o meio da 2ª parte a chegar, o jogo acalmava e o Benfica colocava-se nos comandos, a controlar a partida com segurança. Neste registo, destaque para algumas oportunidades desperdiçadas dos encarnados, que poderiam ter consolidado a sua vantagem. Exemplo disso foi quando, aos 34 minutos, numa combinação magistral com Talisca, Jonas demorou a realizar o remate e deixou o guardião português cortar a tentativa de golo. Pouco depois, Bauer destacava-se a anular uma tentativa de cruzamento de Ola John. Ainda assim, o Marítimo não se destacava ofensivamente, acabando mesmo a 2ª parte com um resultado de 0-1.

2ª parte: intensidade e disputa, as palavras de ordem

O segundo bloco de jogo iniciou-se com o Marítimo a procurar equilibrar as hostes, tentando penetrar a defensiva encarnada e jogando mais na área do Benfica e trazendo muito ritmo ao jogo. Contudo, foram mesmo os pupilos de Jorge Jesus que acabaram por conseguir fazer o marcador modificar-se, com Ola John a fazer o gosto ao pé e emergir como a figura do jogo pela sua classe e tranquilidade – depois de um passe rasteiro de Talisca, o holandês arranjou espaço para se isolar e picar a bola por cima do guardião da equipa madeirense, fazendo o golo de forma impecável ao minuto 53’. 4 minutos depois, contudo, Salvio também entrava em destaque, ao fazer o terceiro para os encarnados – com um excelente passe de Jonas, Salvio encontrou um ângulo difícil e rematou sem hesitar. O Marítimo, contudo, não se deixou desmotivar e, na jogada seguinte, era Danilo a ameaçar Júlio César com um imenso perigo – o guardião viu-se obrigado a desviar o remate com as pontas dos dedos, conseguindo desviar o seu trajeto para a barra.

Apesar do resultado registado, as águias não se desleixaram e chegaram à marca de fazer 3 golos em 10 minutos, desta vez com Lima a fazer o quarto da partida numa excelente jogada coletiva do Benfica. Jonas efetuou um excelente trabalho na direita, jogando para Salvio que jogou na área e assistiu para Lima naquele que foi, possivelmente, o melhor da partida. Ainda assim, mais uma vez, o Marítimo não se deixou esmorecer e continuou a imprimir muita intensidade no jogo, conquistando aos 66’ um jogo que, mais uma vez, pôs Júlio César em alerta – Rúben Ferreira atirou colocado, mas a bola passou colada ao poste, não se efetivando o golo. Sem perder a chama, o Marítimo continuou a procurar o golo, mas o Benfica não cedeu e assumiu o controle total do jogo, realizando diversas investidas na área adversária.

Com o fim do jogo próximo, o ritmo acabou mesmo por reduzir, ainda que o controle dos encarnados não tenha esmorecido até ao apito final, que ditava o 0-4, com os visitantes a conquistarem os 3 pontos. De facto, a única ocasião de destaque dos minutos finais prendeu-se com a expulsão de Talisca que, aos 89 minutos, entrou de forma dura, no que parecia ser a procura do 2º amarelo, visto que estaria de fora no próximo jogo por acumulação de amarelos. Assim sendo, o brasileiro cumprirá o castigo na próxima quarta-feira, ao falhar o jogo frente ao Paços de Ferreira para a Taça da Liga.

Contas do fim da primeira volta

Naquele que foi o último jogo da primeira volta do Campeonato, o Benfica acaba então com uma generosa vitória, conquistando os 3 pontos e recuperando a vantagem de 6 pontos sobre o Porto, num total de 46 pontos conquistados em 51 possíveis, com apenas uma derrota registada nesta primeira parte da competição. O Marítimo, por sua vez, termina na 11ª posição com 20 pontos conseguidos, terminando a primeira fase do Campeonato com uma pesada derrota em casa.