Correu pelo melhor ontem a partida a contar para a primeira mão do playoff de apuramento para o Europeu sub-21, com o calendário a colocar a Holanda no caminho de Portugal e a jovem equipa nacional a demonstrar que nos dias de hoje se pode resumir de forma sucinta a partir do jogo que o futuro das selecções nacionais parece estar garantido e Fernando Santos terá a muito breve trecho uma série de talentos que garantidamente terão muita utilidade.

O seleccionador nacional terá assistido ‘na poltrona’ ao que consistiu numa prova inconfundível de que os sub-21 não só possuem um enorme potencial como provarem ser possível e até aconselhável, pois fizeram-no de uma forma excelente, o 4x4x2 em losango e sem referência atacante, utilizando como armas um meio-campo capaz de produzir e controlado por um Sérgio Oliveira que há pouco tempo quase era dado como perdido e hoje parece transfigurado como jogador.

Foi mesmo o capitão luso quem apontou o primeiro golo na conversão de uma grande penalidade já perto do descanso, dando cor a uma prestação na qual se deve também ressalvar o bom trabalho realizado pelos laterais Ricardo Esgaio e Raphael Guerreiro, em especial o segundo, que subiram no terreno a preceito e ajudaram a colmatar ofensivamente a supracitada ausência de uma unidade posicional na frente com um resultado que não ofereceu dúvidas.

Nem mesmo as várias ausências retiraram qualidade aos sub-21 portugueses

Pela prestação que conseguiu, Portugal está de parabéns, apresentando como grandes destaques as exibições de dois jogadores em particular, casos de Raphael Guerreiro, uma verdadeira revelação, e Bernardo Silva pela tremenda qualidade que uma vez mais demonstrou, como pontífices de uma noite em que os sub-21 jogaram como ’gente grande’ e deixaram indicações que poderiam ser seguidas pela selecção principal como ainda supriram da melhor forma várias ausências.

Recorde-se que fora das escolhas da equipa portuguesa estiveram três jogadores que se encontram nos trabalhos da Selecção A como William Carvalho, André Gomes e João Mário, e os lesionados Gonçalo Paciência, Edgar Ié, Bruma, Tiago Ilori e Rony Lopes, o que não impediu a equipa das Quinas de realizar um grande jogo o méritos dos métodos colocados em prática por Rui Jorge.

Mais do que um onze habilitado, Portugal mostrou ter um invejável banco de onde saltou Carlos Mané com uma grande entrada que fez mesmo com que o seu nome entrasse também na lista de marcadores, provando ser o joker de que a equipa necessita face à importância de em certos momentos poder lançar um jogador que possa acrescentar qualidade a partir da sua velocidade e eficácia no decorrer de cada partida.

Nível da equipa não sofre alterações quando são mexidas peças, como sucederá com a ausência de Rafa

Por outro lado, o seu historial no Sporting mostra que por vezes também perde algum rendimento quando lançado na equipa inicial. Face a estes factos, Mané deverá voltar a ser utilizado na segunda parte na próxima terça-feira, dia em que se jogará uma segunda mão que se espera de confirmação a este 0-2 conseguido em solo holandês.

Para esse encontro está ainda em aberto o lugar ocupado por Rafa, o elemento em menor plano e que ao mesmo tempo cumprirá castigo, parecendo expectável que nesse lugar possa actuar Iuri Medeiros, talento que vem também subindo o seu nível e que acima de tudo não retira qualidade à equipa pelo potencial que também se lhe descortina, detendo as características necessárias para oferecer o melhor apoio a Bernardo.

O criativo que dentro de semana e meia reencontrará pelo Monaco o clube pelo qual se encontra emprestado, o Benfica, em mais uma ronda de Liga dos Campeões, tem sido mesmo o ‘maestro’ desta afinada ‘banda’ que se encontra a tão somente um jogo de uma Fase Final que, diga-se, será muito merecida.