Esta será a terceira final entre Benfica e Rio Ave disputada em quatro meses, depois dos embates para a Taça da Liga e para a Taça de Portugal. Quando as duas equipas entrarem no estádio de Aveiro, às 20:45 horas, o Benfica terá a oportunidade de ganhar a quinta Supertaça Cândido Oliveira do seu historial, enquanto que o Rio Ave jogará a hipótese de ganhar o seu primeiro troféu - para que isso aconteça os vilacondenses terão que se vingar das duas derrotas impostas pelo Benfica, quer na Taça da Liga (2-0), quer na Taça de Portugal (1-0), vividas no final da temporada passada.

Os momentos actuais dos dois clubes são em tudo dissemelhantes: o Benfica rodopia numa espiral de indefinições e está longe de convencer os adeptos, fraca e incerta que foi a pré-época; em Vila do Conde, a motivação está elevada e o ritmo competitivo conta já com dois jogos oficiais, que valeram inclusivamente a passagem ao «play-off» da Liga Europa.

No clube vilacondense a grande mudança ocorreu na direcção técnica, com a saída de Nuno Espirito Santo e a entrada de Pedro Martins; já no Benfica, as modificações, que não passaram pela equipa técnica, alastraram-se sim no plantel encarnado: debandada de titulares e enfraquecimento global da equipa campeã.

Supertaça não é prato forte das «águias»

Jogada desde 1979, a Supertaça Cândido Oliveira nunca foi muito festejada para os lado da Luz, porque, de facto, as «águias» nunca se demonstraram talhadas para conquistar o troféu, claramente dominado pelo FC Porto. Desde 79, o Benfica, habituado às conquistas nacionais, apenas venceu quatro Supertaças, em 1980, 1985, 1989 e 2005.

A regra tem sido madrasta para o Benfica, que já perdeu onze finais, a última delas já sob a batuta de Jorge Jesus, em 2010/2011, diante do FC Porto de André Villas-Boas (2-0). Nuno Gomes foi o último homem encarnado a marcar na competição, em 2005, quando o Benfica ergueu a Supertaça depois de bater o Vitória de Setúbal.

Primeira Supertaça disputada pelo Rio Ave

Esta será a primeira vez que o Rio Ave disputará uma Supertaça, mas, em apenas quatro meses, esta será a terceira oportunidade que o clube terá para vencer um troféu, e, diga-se, a conjuntura actual dos dois competidores aumenta, desta vez, as possibilidades do «underdog» Rio Ave celebrar. Com o Benfica instável, Pedro Martins almejará jogar com essa reticência exibicional dos encarnados, aproveitando o bom momento psicológico da sua equipa, que ainda não perdeu esta temporada (realizou 2 jogos para a Liga Europa).

Enzo e Luisão: bombeiros chamados ao serviço

Com muitas saídas e várias entradas, o saldo benfiquista decaiu bastante: cinco titulares (mais André Gomes) saíram e muitos outros chegaram, tardando em convencer, tanto Jesus como os adeptos. A pré-temporada foi amarga e a pressão das expectativas adensa-se, assim como a fome de vitórias (Benfica não ganha desde o 2-0 ao Sion).

Para atacar a Supertaça com maior potência, Jorge Jesus vai introduzir Enzo e Luisão, dois jogadores cruciais que não realizaram um único minuto na pré-temporada mas que, à falta de opções credíveis, serão os bombeiros de serviço do treinador: Luisão irá reorganizar o quarteto defensivo (até aqui altamente desarrumado) e Enzo pegará na batuta de maestro do meio-campo.

Artur ou Paulo Lopes?

Jorge Jesus deixou ontem um claro voto de confiança a Artur, que tem sido fustigado pelas críticas dos adeptos e da imprensa. O guarda-redes brasileiro realizou dois jogos horripilantes (contra Arsenal e Valência) e encaixou oito golos na «Emirates Cup», fazendo os adeptos suspirar por Oblak ou, no mínimo, por um novo guarda-redes que possam tranquilizar a baliza encarnada.

Paulo Lopes tem sido dado como opção credível para a titularidade, diante do Rio Ave, mas a escolha deverá recair mesmo sobre Artur, que tem ainda o seu futuro incerto - a saída da Luz ainda é uma porta aberta...

Onzes prováveis