Entregar o terceiro lugar sempre foi uma espécie de obrigação para a FIFA sempre que se disputa um Mundial, dado que para o fazer é necessário realizar um encontro no qual normalmente as equipas envolvidas chegam sem qualquer ambição, pouco ou nada distinguindo entre um terceiro ou quarto posto.

Neste Mundial, atendendo aos conjuntos que fizeram parte dos quartos-de-final, poderá dizer-se que apenas Colômbia ou Costa Rica mirariam este encontro como uma oportunidade para oferecer mais um momento de História ao seu povo.

Face à presença de duas potências como Brasil e Holanda neste sempre ingrato encontro de atribuição do terceiro e quarto postos, este problema volta a colocar-se. Olhando o caso da equipa europeia, a sua figura principal será o virtuoso Arjen Robben, que muito embora seja um dos jogadores que manifestou de forma pública a sua nula vontade e motivação de participar nesta partida deverá continuar a representar grande parte das esperanças do seu conjunto.

No lado da Holanda, craques como Robben e van Persie têm sempre uma reputação a defender

O veloz esquerdino terá na frente de ataque a unidade com quem formava a dupla mais perigosa da fase de grupos da competição. Junto a Robben prevê-se que venha a continuar Robin van Persie, que apesar da reduzida importância atribuída ao jogo espera ainda despedir-se também do Mundial em grande face às responsabilidades que um futebolista de classe mundial como é o seu caso sempre detém. Ainda assim, a utilização de Huntelaar poderá ser a surpresa reservada por Van Gaal.

Se Robben tem sido a figura individual, van Persie é visto como o capitão dentro e fora do campo, e terá uma importância vital para que a Orange saia pelo menos do Campeonato do Mundo não só no pódio como com a motivação acrescida de ter realizado toda a prova sem ter sido derrotada por uma única ocasião.

Por seu turno, o Brasil terá de responder às adversidades mesmo sem o seu craque Neymar

No outro lado, e também com enorme responsabilidade mas incerta motivação, estará o ‘sovado’ Brasil, contudo ainda sem Neymar, cuja falta é muito sentida e até por isso justifica ainda mais os lamentos por não estar em condições de ajudar a equipa e acima de tudo os rasgados elogios que recebe por parte de velhas glórias do ‘escrete’ como Cafu, que o considera, como muitos outros, «um craque».

Poderá grande parte da crítica considerar indiferente para o Brasil um terceiro ou quarto posto, mas neste caso o orgulho falará mais alto: o futebol no Brasil é uma verdadeira religião, o que faz com que cada jogo seja encarado como algo de muito importante. Como tal, depois de um resultado historicamente negativo como o que se registou perante os alemães, o íntimo da ‘amarelinha’ apenas passa por um triunfo.

Ver-se-á, desta forma, quem tem o orgulho ferido e quem afinal viu o seu orgulho ferido de morte.

Onzes prováveis