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Juventus x Benfica: estudo minucioso e preservação da base

Se estudar a Juventus com toda a atenção e mantiver as bases tácticas do sucesso desta temporada, o Benfica poderá sobreviver com distinção ao complicado teste de Turim.

Juventus x Benfica: estudo minucioso e preservação da base
Final da Liga Europa espera pelo desfecho do duelo entre Juventus e Benfica
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Por Rafael Reis

Dizer que para levar de vencida, ou pelo menos ultrapassar a Juventus, o Benfica necessita de ser mais forte física e futebolisticamente será nada mais do que um chavão, uma evidência, será mesmo uma verdade de La Palisse. Estará aos olhos de todos e não merece qualquer discussão, não necessitando sequer da intervenção de um dos muitos especialistas que podem encontrar-se na nossa ‘praça’.

Se estudar a Juventus, Benfica poderá passar com distinção em Turim

Acima da tal prestação superlativa, os encarnados devem encarar esta partida frente à Juventus como a oportunidade de uma temporada, razão pela qual terão de elaborar uma preparação baseada em muito estudo, dedicado, sendo obrigatório pesar as qualidades e algumas debilidades da turma italiana, várias já exploradas na primeira mão realizada no Estádio da Luz.

Sem rodeios: para eliminar a Juventus em Turim, o já campeão nacional terá de evitar cometer erros como o seu rival de Lisboa, o Sporting, o fez precisamente para enfrentar… o Benfica na Luz, ou seja, alterando quase por completo o seu ADN e estilo de jogo de forma a adaptar-se, e mais importante, encaixar-se no modelo de jogo do adversário.

Virtudes dos encarnados deverão ser exploradas ao máximo

Enveredar por esse caminho tornou aos leões ainda mais próxima a derrota na casa benfiquista, podendo retirar-se a acertada opinião do jornalista Pedro Candeias, que na altura indicou que «não querendo estar a criticar Leonardo Jardim, o certo é que na recente derrota na Luz nunca reconheceu que a sua estratégia estava errada

Manter-se fiel a si próprio poderá mesmo ser a chave para que o Benfica chegue à única final que falta garantir, depois de já o ter feito na Taça de Portugal e na Taça da Liga, até porque na deslocação a um terreno no qual poderá ser obrigado a recuar linhas em alguns momentos será determinante explorar o contragolpe e o jogo entrelinhas que tão bem tem resultado.

Voltando ao estudo minucioso, este terá claramente de contemplar o 3x5x2 italiano que tão poucas vezes colocou a equipa encarnada à prova, podendo na última semana ter encontrado um primeiro teste, ainda que muito primitivo teste ante o Olhanense, adversário que utiliza também o alinhamento táctico predilecto... muito embora com armas incomparavelmente inferiores. Fora a equipa algarvia, o esquema de três centrais é uma completa novidade para as águias.

Outro aspecto que poderá pesar a favor do Benfica poderá mesmo ser a sobranceria italiana que se verificou antes da primeira mão nas declarações de Andrea Pirlo, estas com vários elogios à época benfiquista pelo meio, e Fernando Llorente, e no pós jogo, no qual surge o próprio técnico, Antonio Conte, a dar a final como praticamente garantida apesar do respeito demonstrado pelo campeão português.

Contributo de Luisão e Garay nos lances de bola parada poderá ser uma mais-valia

Ora, sabe-se que no futebol as garantias apenas surgem quando o árbitro apita, e o Benfica poderá mesmo retirar disso proveito. No entanto, a grande arma para um Benfica apurado estará em ser apenas si própria, dando uso aos movimentos e jogadas previamente trabalhadas como os lances de bola parada como cantos e livres laterais nos quais Ezequiel Garay, como tão bem demonstrou na primeira mão ao bater Gianluigi Buffon, e Luisão, são um excelente complemento ao ataque.

Para além de manter-se ligada a si própria, a águia poderá tomar como exemplo a prestação conseguida pelo Real Madrid em Munique e desse encontro retirar algumas inspirações, podendo dar aos movimentos atacantes de Garay e Luisao o mesmo seguimento que Sergio Ramos frente ao Bayern, salvaguardadas as depois as devidas diferenças.

Não possuindo craques de gabarito mundial como Cristiano Ronaldo, Gareth Bale, Karim Benzema e Angel Di María, o Benfica poderá muito bem adoptar estratégia semelhante recorrendo também ao seu quarteto de velocistas na frente, escolhendo entre Eduardo Salvio, Lazar Markovic, Rodrigo, Lima e Nico Gaitán, que numa noite inspirada poderão mesmo consumar uma noite histórica pela qual o futebol português anseia.

* Imagens são produto do blogue «Eternamente benfiquista».