Faleceu hoje, aos 78 anos de idade, Mário Coluna, «monstro sagrado» do épico Benfica da década de 60 e figura incontornável da selecção portuguesa de futebol. O antigo jogador, natural de Inhaca, Moçambique, sofreu uma paragem cardíaca e não resistiu à severidade da sua débil condição. Internado no Instituto do Coração, Maputo, Coluna sucumbiu à degradação do seu estado de saúde. O lendário futebolista das «águias» parte assim, deixando um legado desportivo inesquecível e entristecendo o universo do futebol,pouco mais de um mês depois da partida do seu amigo e companheiro de profissão, Eusébio da Silva Ferreira.

«Monstro sagrado» capitaneou Benfica até à glória

Senhor de um currículo invejável, Mário Coluna foi um dos maiores símbolos da geração fantástica que deu corpo ao triunfante Benfica da década de 60. O capitão do clube encarnado conduziu, dentro das quatro linhas, a formação da Luz a um período inolvidável da história do Benfica, onde pontificam duas Taças dos Campeões Europeus, nas épocas de 1960/1961 e 1961/1962. Dono de uma magistral organização de jogo, o médio centro representou o Benfica em 525 jogos oficiais, marcando 127 golos, muitos dos quais contribuiram para o palmarés estrondoso que atingiu na Luz: além das supracitadas Taças europeias, 10 títulos de campeão nacional e 2 Taças de Portugal. Coluna ingressou no clube encarnado em 1954, tendo sido capitão das «águias» entre 1963 e 1970. Dono de uma proximidade íntima com o golo, o capitão marcou nas duas finais históricas arrebatadas pelo Benfica: no 3-2 diante do Barcelona, e no 5-3 do ano seguinte, contra o Real Madrid.

Capitão também na selecção

Também na selecção nacinal Mário Coluna foi figura proeminente. Alinhou com a camisola das quinas por 57 ocasiões, marcando 8 golos, num espaço de tempo que decorreu entre 1955 e 1968. Em 1966, no Mundial realizado em Inglaterra, o jogador foi o capitão da formação lusitana na excelente campanha portuguesa que levou o país a atingir um prestigiante terceiro lugar, resultado nunca mais igualado em Campeonatos do Mundo de Futebol. Na fotografia abaixo, podemos vê-lo ao centro, ladeado por António Simões (à direita) e José Torres (à esquerda).