A última jornada da Liga consagrou o Benfica como simbólico campeão de Inverno e encerrou a primeira volta do torneio. Em jeito de balanço o Vavel Portugal preparou, com votação interna, uma séria de artigos sobre aquilo que se passou na primeira metade da época. O texto de hoje aborda os jogadores que mais desiludiram até ao momento. Com a abertura do mercado de inverno, muitas equipas vão corrigir os erros de casting e as lacunas do plantel logo, não seria justo esperar até ao final do ano para fazer este tipo de eleição – já que muitos jogadores podem não permanecer a época inteira no mesmo emblema.

Os critérios de avaliação são vários: o tempo de jogo – relação entre o seu rendimento e número de oportunidades que dispuseram, a expectativa que causaram à chegada, o valor envolvido na sua aquisição e a qualidade real do atleta. Tendo em atenção as condicionantes que referia, são estes os elementos que mais se destacaram pela negativa na primeira metade da temporada:

Djuricic (Benfica) – Custou 6,5 milhões de euros aos cofres da Luz e tinha tudo para ser um indiscutível: supria uma lacuna do plantel – que mais evidente ficou depois do adeus de Aimar e com a má forma inicial dos avançados do Benfica podia ter se fixado como homem de apoio ao ponta de lança. O estatuto de novo 10 do Benfica está a pesar nos ombros do sérvio que em 15 jornadas fez apenas 4 jogos.

Ghilas (FC Porto) – Depois de uma época soberba no despromovido Moreirense muito se especulou sobre o seu futuro. Alvalade era o destino mais provável, mas preferiu rumar ao Dragão num negócio caricato: o argelino tinha uma cláusula de rescisão de 3 milhões de euros e o Porto pagou 3 milhões e 800 mil euros por apenas metade do passe! Ghilas teve o passe avaliado em 7,6 milhões de euros num dos negócios internos mais caros do futebol português. Já se sabia que seria a sombra de Jackson mas nunca ninguém pensou que tivesse uma utilização tão escassa – muito menos tendo em conta o momento menos produtivo do ataque azul. Ao longo de toda a primeira volta soma zero golos marcados e apenas 22 minutos de utilização.

Hector Herrera (FC Porto) – O sucessor de João Moutinho custou 8 milhões de euros, por 80% do passe, depois de uma novela de mercado que se arrastou durante largos meses. Começou como suplente de Defour, ganhou a posição para em seguida a perder para Carlos Eduardo. A disponibilidade física não tem chegado para compensar os apagões constantes e incapacidade de adaptação à equipa portista e à Liga Nacional. Oito jogos e um golo depois, os portistas ainda suspiram pelo verdadeiro herdeiro de Moutinho.

Salvador Agra (Sporting de Braga) – Sem espaço no Bétis rumou ao Braga e causou expectativa depois de brilhar na selecção de esperanças e no Olhanenses em anos anteriores. Com o especialista Jesualdo Ferreira – sábio a potenciar jovens talentos – como treinador todos previam um salto qualitativo na equipa e no desenvolvimento pessoal do jogador. A boa pré época aguçou o apetite dos adeptos da equipa presidida por António Salvador, mas a verdade é que o tempo veio catalogar Agra como uma tremenda decepção. Sem conseguir encontrar espaço num Braga que fez uma primeira volta medíocre, jogará o resto da temporada emprestado à Académica de Coimbra.

Tiago Rodrigues (Vitória de Guimarães) – O Pirlo de Guimarães brilhou intensamente na época transata e foi decisivo na conquista da Taça de Portugal para o seu Vitória. Atento o FC Porto não o deixou escapar. Sem espaço no Dragão voltou ao Castelo para mais uma vez brilhar, só que estranhamente nem a titularidade tem conseguido garantir. Quando se esperava que esta fosse a sua época de afirmação plena, Tiago tem decepcionado mesmo quando salta do banco.