No segundo jogo da fase de grupos da Taça da Liga, o Sporting recebeu em casa o Marítimo, num jogo que contou com três golos para satisfação dos 11.321 adeptos leoninos que se deslocaram até Alvalade. Nota de destaque para os poucos mas audíveis adeptos da equipa da casa, que homenagearam, por intermédio das claques na Curva Sul, Cristiano Ronaldo, produto das academias do Sporting e recém-eleito Melhor Jogador do Mundo. Sem alterar porém o seu sistema de jogo, Jardim promoveu cinco alterações à sua equipa, com Carlos Mané a agarrar a oportunidade e a assinar uma grande exibição.

Carlos Mané, a aposta ganha

O jogo começou com um Sporting forte, dominador, no qual o regresso de Jefferson após castigo se revelou importante na dinâmica ofensiva da equipa orientada por Leonardo Jardim. O Sporting apresentou no seu onze novidades como Slimani, Carlos Mané, Vítor, Eric Dier e Marcelo Boeck. Num onze com várias alterações face à estrutura habitualmente promovida por Leonardo Jardim, o maior destaque da noite coube mesmo a Mané: o jovem jogador lisboeta, oriundo das camadas jovens do Sporting, apresentou-se sem medos, solto e confiante, irreverente e perigoso, e foi ele quem assinou o primeiro tento da equipa, em cima do minuto 19. Num remate de belo efeito, à entrada da área e sem sequer levantar a cabeça para a baliza, o jovem de apenas 19 anos fez a bola desenhar um arco para ir depois aninhar-se no fundo da baliza madeirense, entrando justamente no ângulo superior esquerdo do golo. O prémio mais do que justo para o miúdo, pelos pés de quem passavam, até ao momento, diversas jogadas de ataque dos Leões, e que já antes estivera muito perto de marcar, noutro remate de bom efeito, mas desta feita rasteiro, para o qual Wellington tivera de mergulhar em esforço (9').

Carlos Mané, de apenas 19 anos, assumiu a titularidade e foi figura de destaque na partida. (Álvaro Isidoro/Global Imagens

O Marítimo, por sua vez, apresentava-se em geral pouco agressivo, mas ainda assim intenso nas saídas em contra-ataque. Num desses lances (24'), Danilo Dias testou mesmo os reflexos de Boeck, que precisou de se aplicar para defender o remate adversário. A equipa madeirense deu sinais de querer reagir ao golo e conseguiu até atenuar os intentos sportinguistas nos últimos 15 minutos do primeiro tempo. Um dos lances de maior destaque da primeira etapa aconteceu à passagem da meia hora de jogo, após erro do central Marcos Rojo, ao falhar um passe na zona proibida frente à área leonina. No seguimento da jogada surgem dois perigosos remates de Héldon, à queima-roupa sobre o guardião Boeck, atento e gigantesco no duplo negar do golo aos insulares. O Sporting, por sua vez, e apesar de menos agressivo à medida que o intervalo se aproximava, mantinha uma exibição segura, e ocasionalmente criava situações de perigo junto à baliza adversária, nomeadamente através de Slimani, o homem designado para esta noite render o principal goleador dos Leões, Montero. O argelino revelou-se, contudo, pouco eficaz ao longo da partida. Bom exeplo disso ocorreu aos 34 minutos quando, solto bem no centro da área, remata a permitir o corte de João Diogo, quando o golo parecia certo.

Boeck de reflexos rápidos segura Marítimo aguerrido

Nos segundos 45 minutos de jogo, a formação da Madeira surgiu claramente mais aguerrida e agressiva, mostrando vontade de inverter o resultado. Ao minuto 49, porém, o Sporting chega ao 2-0 por intermédio de Vítor, que, após cruzamento de Capel, rematou forte para a baliza defendida por Wellington. Mas o golo leonino em nada mudou a postura dos jogadores maritimistas, que, sem desistir, se esforçaram por praticar um futebol de qualidade e rondando sempre a baliza de Marcelo. E se o brasileiro já fora trunfo no primeiro tempo, foi mesmo na segunda parte que o guardião leonino mais se destacou, com sucessivas defesas em resposta a jogadas perigosas da equipa adversária; exemplo é o lance em que Danilo Dias, uma vez mais, rematou com intenções de golo (60'). Boeck, porém, tornou a chumbar a tentativa.

As substituições feita de ambos os lados em nada mudaram aquilo que era a toada do jogo: um Marítimo mais rematador e até perigoso, e um Sporting que, mesmo quado menos agressivo, nunca deixou verdadeiramente de controlar o encontro. Foi então, à passagem do minuto 83, que Marcos Rojo, na sequência se um pontapé de canto batido por Jefferson cabeceou para golo e deitou por terra as aspirações que a equipa do Marítimo ainda pudesse ter no discutir do resultado. Já muito perto do final do jogo, houve ainda tempo para um lance de grande perigo no qual Slimani voltou a falhar, e de forma incrível, um golo que parecia fácil.

Com o resultado final no marcador a apontar 3-0 a favor do Sporting, a equipa de Alvalade alcançou provisoriamente a liderança do seu grupo, ficando os Leões agora a aguardar pelo desfecho do jogo entre FC Porto e Penafiel. Os homens de Leonardo Jardim terminaram assim claramente o jejum de golos (não marcavam há três jogos, depois dos empates a zero diante de Nacional, FC Porto e Estoril), e continuam a não conceder golos aos adversários. São já oito encontro consecutivos sem sofrer.