O grande problema do Porto quando acabou a época passada era não ter alguém na ajuda de criação do jogo como João Moutinho. Parecia claro que outro homem para essas funções devia ser a prioridade das contratações portistas, a prioridade numa equipa que parecia muito forte em todas as áreas. Se calhar, também faltava um relevo na ponta do ataque.

Mas a situação ainda mudou para um cenário ainda mais difícil. O número 8 saiu e, com ele, o jogador que poderia herdar esse rol, James Rodríguez. Assim Paulo Fonseca viu Pinto da Costa trazer-lhe quatro jovens promessas: Carlos Eduardo, Josué, Quintero e Herrera. Até agora só o primeiro apresentou méritos para permanecer no onze e parece impor-se no meio (apesar de ter sido expulso ontem). Josué fez algumas boas exibições como extremo, mas ainda se espera mais dele, enquanto Quintero quase não desfrutou de minutos de jogo.

Muitas oportunidades, pouco sucesso

É aí onde o mexicano entra na cena, com participação em treze jogos - expulsão ao 5 minutos na Champions incluída - e pouco brilho. Héctor Herrera tem mostrado boa técnica e quando os nervos não o bloqueiam, dá a impressão de ser um jogador de grande nível. Mas até o momento ainda não conseguiu obter continuidade no seu jogo, tornando-se um jogador errático e sem influência no jogo.

Héctor Herrera disputa uma bola com Adrien Silva. Foto: EFE

Talvez as culpas possam ser compartilhadas com o treinador, que insiste num sistema que pode não ser o melhor para o médio. Porém, pouco pode fazer Paulo Fonseca quando o 16 está sobre no relvado. Nessa altura Herrera começa com um “festival” de erros que se traduzem em chegadas perigosas à própria área dos ‘dragões’.

Ontem, frente ao Sporting, voltou a acontecer: os nervos seguidos de perdas da bola do centro-americano criaram as melhores oportunidade ‘leoninas’. A mínima pressão de Adrien e André Martins era suficiente para que a bola trocasse de dono. Por vezes nem se quer era preciso pressionar, somente tapar o passe mais óbvio, para onde Herrera mandava endossava a bola. Se os atacantes sportinguistas tivessem acertado, quer no remate quer no último passe, o empate sem golos não tivera acontecido.

Pode ser que o Héctor Herrera seja o jogador chamado para fazer esquecer Moutinho e marcar uma nova época no clube da Invicta, mas ainda deve melhorar sua concentração, lidar melhor com os nervos e responsabilidade de ser o farol duma tão importante equipa. Seus erros são de falta de clareza no momento de pensar a seguinte jogada e que terminam numa má escolha de passe, numa precipitação que nos impede ver as qualidades de um dos jogadores mais talentosos da Primeira Liga.

Uma das perdas da bola que acabou numa boa oportunidade do Wilson Eduardo.