Jogo morno e pouco entusiasmante, aquele que se assistiu em Coimbra, esta noite. Com um resultado significativo, mas pouco representativo daquilo que o Benfica fez para angariar os três pontos. A verdade é que se os encarnados beneficiaram de um anfitrião com costumes cordiais, a Académica acaba por sofrer um resultado dilatado, à custa da sua inércia. Três golos para um Benfica que apenas geriu esforços, face a um Cardozo eficaz, um Marcelo azarado e um Markovic com classe.

Primeira parte que vale por 3 minutos

Com Lima e Cardozo no ataque do onze incial, a equipa de Jorge Jesus entrou bem em campo, testando as eventuais falhas na defensiva adversária, mas sem rasgos individuais significativos. Em resposta, existia Clayton, o único capaz de se mostrar a Artur e à defesa encarnada, cuja aposta se revelou conforme o jogo frente ao Nacional, da jornada passada, com Maxi Pereira e Ivan Cavaleiro a alinharem como titulares. E se a velocidade de jogo ia progressivamente baixando, conforme se aproximavam os primeiros trinta minutos, Cardozo decidiu dar uma lufada de ar fresco a quem assistia ao encontro. O paraguaio arranjou espaço entre a marcação de China e Fernando Alexandre, rematando rasteiro para a baliza de Ricardo. Estava inaugurado o marcador e apontado o 5º tento de Cardozo no campeonato.

Entre festejos e reposição de bola, bastaram três minutos para dilatar o resultado, por via de um golpe de sorte a favor do Benfica ou de um momento azarado de Marcelo, que, em resultado da marcação a Cardozo, acabou por lançar a bola, de cabeça, nas redes da sua equipa. Não tivesse apenas sido um momento infeliz do defesa da Académica, constituiu, a par do golo anterior de Tacuara, o único momento de ânimo no primeiro tempo, já que após o mesmo o jogo voltou ao seu marasmo. A equipa da casa tentou responder, embora de forma tímida, ao resultado, enquanto o Benfica apenas se geriu, até ao intervalo. Para o balneário, caminhava Lima apagado e Enzo Pérez como a figura mais motivada na formação encarnada.

Segunda parte que vale por Markovic

Se a primeira parte valeu por três minutos em que foram marcados dois golos, a segunda valeu pelo golo marcado por Markovic a três minutos do final. Em momento feliz, Jesus fez saltar do banco Markovic (para a saída de Cavaleiro) e Rúben Amorim (para render Lima), que assinaram a jogada da noite. Numa assistência limpa e eficaz, Rúben Amorim ofereceu a bola ao sérvio, para que este pudesse mostrar um golpe de classe e, num só toque, rematar com sucesso para a baliza adversária.

Sem este golo, não teria sido necessário jogar o segundo tempo, já que este se revelou uma repetição do que ocorrera no primeiro. Uma Académica que assistia ao confirmar da derrota, que Sérgio Conceição pode considerar injusta, mas que não foi capaz de inverter. Ataques inglórios e mal construídos, muito à custa de Djavan, que não era capaz de marcar sozinho sem a assistência necessária, face a um Benfica que se foi consolidado sem qualquer esforço. Uma exibição eficaz para a equipa visitante, que ocupa, por agora, a 2ª posição da tabela, mas que deixa antever bastantes fragilidades para o verdadeiro embate com o Olympiakos, da próxima terça-feira.