Paulo Fonseca deixava antever e não fugiu às expectativas: do onze apresentado ontem no Dragão, apenas Danilo, Fernando, Varela e Quintero eram presenças regulares na formação titular. Todo o resto era composto por alternativas pouco utilizadas, começando logo pelas redes azuis e brancas, guardadas por Fabiano. Na defesa, o central mexicano Diego Reyes mereceu a confiança do treinador, ao lado de Maicon, enquanto que Victor Garcia se posicionou à esquerda e o supra-citado Danilo à direita. No meio do terreno, Fernando foi o esteio defensivo, tendo à sua frente Carlos Edurado e Quintero, enquanto que as alas foram deixadas à vivacidade de Varela e do ex-vimaranense Ricardo. No ataque, a titularidade foi substituto de Jackson, que ansiava por firmar crédito: Ghilas.

Trofense de autocarro e Porto em marcha lenta

O Trofense, comandado por Porfírio Amorim, sabia de antemão que teria uma tarefa hercúlea jogando contra o campeão nacional, ainda para mais no reduto do Dragão: desde cedo se viu que a toada da partida não traria qualquer surpresa ao guião de um duelo abissalmente desigual. Porto a dominar, Ghilas a ameaçar, mas quem abriu e fechou a contagem foi o internacional português Varela, que aos 25 minutos rematou à meia-volta, desfeiteando Conrado e marcando o único tento do jogo.

Pouco agressivos na zona de decisão, os portistas foram acumulando e desperdiçando oportunidades, graças ao volume gigantesco de posse de bola que lhe permitia circular o jogo e construir jogadas que começavam, devido ao recuo do Trofense, muito perto da área dos pupilos de Amorim. Ghilas acusou a pressão de apresentar serviço e esteve perdulário - se Paulo Fonseca esperava uma exibição afirmativa do argelino, pois terá que repetir a aposta pois não foi ontem que Ghilas se mostrou alternativa ao colombiano Jackson.

Amorim «queria passar» e Fonseca viu jogo «interessante»

No fim do jogo, Paulo Fonseca transpareceu satisfação com o parco resultado: «Foi uma partida interessante. Lançámos jogadores que nunca tinham sido titulares e a resposta foi excelente, num jogo difícil», disse o técnico dos dragões, que realçou a dificuldade em enfrentar uma equipa «com um bloco baixo», tendo sido a paciência uma das chaves da vitória. Já Porfírio Amorim não escondeu a frustração com a derrota já que «queria passar», mas, continuou, «(...) tendo em conta que foi um jogo no Dragão, frente ao F.C. Porto, diria que deixámos boa imagem. Fizemos o que 90 ou 95 por cento das equipas fazem quanto actuam no Dragão», realçou o técnico da Trofa.