O fecho do mercado trouxe poucas alterações à definição actual do plantel benfiquista, exceptuando um caso, finalizado nos últimos minutos da janela temporal de contratações, que conheceu vários volte-faces até ser concluído:  o caso de Guilherme Siqueira, lateral esquerdo italo-brasileiro, que, até às 23:59 horas de terça (03) era ainda do Granada... com um pé no Real Madrid.

O jogador estava há muito referenciado pelo Benfica (o lateral de 27 anos já esteve nas cogitações das águias no passado) mas a possibilidade de Fábio Coentrão rumar ao Manchester United por empréstimo precipitou o súbito interesse do Real Madrid, que procurava um substituto que pudesse concorrer com Marcelo pelo corredor esquerdo da defesa. Ora, se Siqueira estava com um pé no Benfica às 21 horas, às 22 era dado como reforço do Real, cobrido a saída do português ex-benfica para os ingleses do United – o volte-face aconteceu perto da meia-noite, com o desmoronar do negócio entre o internacional português e o clube comandado por Moyes. O caminho até Siqueira ficou livre para o Benfica, que garantiu, em cima da hora limite, os serviços do jogador por uma época de empréstimo com uma possível cláusula de compra.

Com a venda de Melgarejo (5 milhões de euros) para os russos do Kuban Krasnodar e as fracas exibições de Cortez, o Benfica reforça assim a sua lateral esquerda, posição táctica que o universo encarnado considera a mais deficitária e carente de todo o plantel. O fim do prazo de transferências veio também reforçar a possibilidade da permanência do paraguaio Cardozo, que, depois do processo disciplinar, da integração no plantel e da entrada no «derby», parece ser opção (forçada ou não) para as contas de Jorge Jesus. O central argentino Lisandro López, contratado neste defeso ao Arsenal Sarandí, (5 milhões de euros) foi cedido ao Getafe – além dessa cedência, pouco mais houve a registar no capítulo das saídas: Salvio ficou, Gaitán também, e até os muito cobiçados Garay e Matic parecem, salvo algum ataque russo de última hora, enfrentar nova época de águia ao peito.

Depois de gastar perto de 35 milhões de euros em contratações, o Benfica, que contava encaixar algumas verbas provenientes da venda de activos, ficou a zero no que a grandes vendas diz respeito: somente Melgarejo e umas quantas desvinculações para emagrecer a folha salarial. Nesta economia depressiva resta saber como vai o Benfica equilibrar o saldo e resolver também as questões relativas ao – enorme – excesso de jogadores, muitos deles, à espera, em vão, de colocação: casos de Djaló, Carlos Martins, Mitrovic e Urreta.