Dominar e aproveitar

Depois de dois jogos sem vencer, o Sporting entrou em campo já com o conhecimento do resultado do mais directo rival, sabendo assim que só o triunfo garantiria a manutenção da liderança isolada do campeonato. Para o difícil encontro com o Paços de Ferreira, o técnico Jorge Jesus apenas trocou Ewerton por Paulo Oliveira, mantendo o restante onze habitual. Já o Paços procurava um triunfo para colocar pressão no Sporting de Braga na luta pelo quarto lugar da tabela, fazendo também ele alinhar o seu onze habitual, excepção feita para a ausência de Andrezinho.

Foto: Global Imagens/Pedro Correia

Foi o Sporting quem impôs o seu jogo desde o apito inicial, complementando a pressão alta com um meio-campo povoado mas extremamente dinâmico onde Bryan Ruiz, João Mário e Bruno César trocavam frequentemente de posições, baralhando as marcações do adversário. Contudo o primeiro aviso chegou de bola parada; onze minutos e um primeiro desvio de Naldo após canto na direita encontrou Ruiz que não conseguiu emendar com sucesso.

O domínio leonino era completo, e o Paços de Ferreira parecia como que num colete de forças, incapaz de esplanar o seu jogo e explorar a velocidade dos seus extremos. Nova ameaça verde-e-branca surgiu, desta vez dos pés de Adrien, contudo, a bomba do capitão leonino esbarrou na boa defesa de Marafona. Todavia a supremacia dos visitantes acabaria por dar frutos já perto do intervalo; 40 minutos de jogo e uma desatenção da defensiva pacense permitiu a Slimani receber a bola isolado na grande área após rápido lançamento de Jefferson, o argelino serviu Bruno César que de primeira inaugurou o marcador. E os leões só não foram para o intervalo com vantagem mais dilatada porque a barra travou um fantástico tiro de João Mário, dois minutos após o golo da equipa de Alvalade.

Foto: Global Imagens/Pedro Correia

Falso alarme e o suspeito do costume

Ao intervalo Jorge Simão trocou Barnes por Christian, contudo, a toada da partida manteve-se com o Sporting controlar a partida com relativo à vontade, beneficiando agora de mais espaço no ataque. Foram os leões a ameaçar logo no início do segundo tempo, mas o cabeceamento de Naldo saiu ligeiramente ao lado. Apesar do claro domínio, verificava-se uma clara vontade da equipa de Jorge Jesus em chegar ao segundo golo, procurando evitar qualquer surpresa nos minutos finais.

Tal procura acabou por resultar no segundo do Sporting; depois de uma de inúmeras bolas recuperadas a meio-campo, João Mário lançou Slimani que, na cara de Marafona, não tremeu e fez o 2-0 aos 63 minutos. A perder por dois golos, os castores bem tentavam soltar-se das amarras leoninas, mas sem qualquer resultado prático.

Foto: Global Imagens/Pedro Correia

Assim, e perante a incapacidade de criar perigo em jogadas de ataque construído, o Paços acabou por chegar ao golo através de bola parada; aos 83 minutos, um lançamento longo de João Góis encontra Fábio Cardoso que assiste Bruno Moreira que de cabeça fez o golo naquele que foi o único remate dos pacenses à baliza de Rui Patrício.

Depois deste golo (literalmente) caído do céu, esperava-se que a equipa da casa se galvanizasse em busca do empate nos minutos finais...nada mais longe da verdade; demonstrando enorme frieza e classe, o Sporting voltou a fazer o que tinha feito ao longo de todo o jogo: dominar e partir para o ataque. Assim, e num verdadeiro acto de autoridade, os leões voltaram a marcar no minuto seguinte; 84 minutos e João Mário a romper pela esquerda e a servir Slimani que, já sem Marafona pela frente, apenas teve de enconstar.

Foto: Global Imagens/Pedro Correia

Após uma semana negativa, os leões não só venceram, como fizeram-no de forma categórica, eliminando todas e quaisquer dúvidas que poderiam pairar sobre a equipa de Alvalade. O triunfo claro em casa do quinto classificado do campeonato permite aos leões manter a liderança isolada do campeonato, enviando um claro recado aos adversários, ansiosos pelo tropeção do líder.